Informação préviaSobre este manualVersão 2, elaborada Agosto de 2014 por Aroldo de Andrade, em colaboração com Aline Jéssica Pires e Cynthia Yano Complementa o Manual de Preparação dos Textos, por M.C. Paixão de Sousa, acessível em: [1]
Obras e ferrramentas para consultaPara grafia de palavras em geral: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [ [2] ] Utilizar as seguintes configurações: 'depois' para "Acordo ortográfico" e 'Brasil' para "País"
Acordo ortográfico da Língua Portuguesa de 1990 [ [3] ]
Wikipedia [ [4] ]
Manual de Redação da Câmara dos Deputados [ [5] ] Marcas de edição em palavrasJunção e Segmentaçãoa. Juntar palavras que sofreram gramaticalização, para serem interpretadas como uma só. Ex.1: à manhã ---> amanhã (exceto se significar ‘pela manhã’) Ex.2: de certo ---> decerto (exceto quando ‘certo’ for adjetivo ‘de certo homem’) Ex.3: em fim ---> enfim (exceto quando ‘fim’ for determinado ‘em fim de palavra’)
Ex.: procural-a ---> procurá-la
- Em alguns textos, dobra-se o ‘l’ nos enclíticos lo e la, como forma de mostrar uma alteração do ‘r’ infinitivo; nesses casos, a segmentação deve manter um ‘l’ antes do hífen, outro depois: Ex.: matalla ---> matal-la (depois modernizado para ‘matá-la’) )
Ex.: Porque emudecem? ---> Por que emudecem?
Ex.: d’um ---> dum Atenção: - As seguintes junções são possíveis, a depender da variedade de português sob análise: do(s)/da(s), dum/duns/duma(s), doutro(s)/doutra(s), deste(s)/desta(s), desse(s)/dessa(s), daquele(s)/daquela(s), dantes. - A grafia com apóstrofe só fica mantida quando se quer dar ênfase na vogal: d’Ele (usu. com referência a uma divindade.)
Ex.1: Havemos-de... ---> Havemos de... Ex.2: Há-de-me lembrar ---> Há de me lembrar
Ex.1: co ---> c’o (= com o ) Ex.2: cá ---> qu’a (= que a (comparativo)) Atenção: Quando a aglutinação não estiver prevista pelo Splitter, ela deverá ser desfeita, nesse momento da edição. Ex.1: j'eu ---> já eu Ex.2: d'África ---> de África Grafia- alterar para maiúsculas quando houver inserção de início de sentença. - Seguir o padrão de uso de maiúsculas e minúsculas segundo o Manual de Redação da Câmara dos Deputados. Atenção: Alterar vogais maiúsculas em início de verso que continua uma sentença anterior: Ex.: Os aplausos inferiores \ Julgo a meu plectro bastantes (Julgo ---> julgo) Expansão- Expandir as abreviações (utilizar o Dicionário de Maria Helena Flexor – Abreviaturas – Manuscritos dos séculos XVI a XX) (manter os superescritos tanto quanto possível, no original) Ex.1: V. Ex.a ---> Vossa Excelência Ex.2: Ex.ma Snr.a ---> Excelentíssima Senhora Correção- Corrigir palavras que são claramente erros de impressão (verificar se há um padrão de grafia no resto do texto, para a mesma palavra) Pontuaçãoa. Manter os sinais de pontuação nas posições em que ocorre no original. b. Incluir um comentário local (menu suspenso : Símbolo > Comentário), quando a pontuação original levar a uma interpretação errônea, com a variante com pontuação modernizada (com sinais em posições diferentes) c. Corrigir símbolos que não têm correspondente no sistema atual Ex.: ........ ---> ... d. Substituir sinais que não são mais utilizados em meio de sentença, por outros que indicam continuidade do enunciado, ou manter o sinal e marcar quebra de sentença e maiúscula: Ex.1: Oh ! isso não é certo. ---> Oh , isso não é certo. Ex.2: [s] Ah ! você veio ! ---> [s] Ah! [s] Você veio ! e. Reduzir pontuações duplas a um só elemento (que represente de forma mais central o que o autor pretendia expressar) Ex.: ...? ---> ? Ilegível- escrever a parte da palavra que se pode ler e substituir os caracteres ilegíveis por ‘x’; alterar para a forma reconstruída (por inferência ou comparação com outra versão — inserir um comentário geral no primeiro caso) Ex.: marxx ---> marca - no caso de rasura, escrever a forma impressa no original e incluir um comentário local para indicar que tipo de marca foi aposta ao original Ex.: lus (comentário: the character ‘s’ is stroke-out in the original) Modernizaçãoa. Utilizar o Acordo ortográfico de 1990. Ex.: vêem ---> veem (3.a pessoa do plural de ver no indicativo presente) b. Utilizar a forma brasileira no caso de palavras em que há duas opções de escrita no Acordo de 1990. Ex.1: falámos ---> falamos (1.a pessoa do plural de falar no indicativo perfeito) Ex.2: estupefacto ---> estupefato (grafia de grupos consonantais –ct-, -pt-) c. Manter variantes gráficas reconhecidas em Portugal. Ex.: cousa, dous, dezanove d. Manter palavras cuja modernização implicaria alteração importante na fonética da palavra (se julgar necessário, incluir comentário local). Ex.1: jerarquia (por hierarquia) Ex.2: giolho (por joelho) e. Manter formas apocopadas ou arcaicas quando isto for necessário para a sonoridade e métrica do texto poético. Ex.: isto crede vós qu’é assi (rimando com ‘e segundo o que eu vi’) [de Gil Vicente, Tragicomédia da Serra da Estrela] f. Manter exemplares dialetais (incluir um comentário geral ou local, ou ambos, a fim de esclarecer as decisões tomadas). Ex.: Meto-me ò (por ao ) teu coraçon (por coração ) [dialeto beirão] [de Camilo Castelo Branco, A Morgadinha de Val-d’Amores] g. Manter a grafia de nomes próprios (antropônimos), regularizando somente acentos; corrigir variantes dentro do mesmo texto: Ex.1: Thereza (manter como variante de Teresa) Ex.2: Maranhôa ---> Maranhoa Ex.3: Pele ---> Pelle [nome próprio escandinavo] h. Modernizar a grafia de nomes de lugares (topônimos). Ex.: Villa-Verde ---> Vila Verde i. Manter formas verbais arcaicas, modernizando simplesmente traços superficiais Ex.1: himos ---> imos (1.a pessoa do plural de ir no indicativo presente) Ex.2: estades (manter; 2.a pessoa do plural de estar no indicativo presente) Atenção: ver o Apêndice para observar regras específicas de modernização a fim de manter traços morfofonológicos do texto. Padronização- Nesse nível de edição são alteradas as palavras que ficaram diferentes da norma ortográfica atual até o nível de modernização, a fim de manter traços morfofonológicos. (cf. Apêndice ) Ex.1: assi ---> assim Ex.2: imigo ---> inimigo - Palavras variantes no português arcaico devem ser padronizadas, mesmo que haja traços fonéticos distintos: Ex.1: abondar, avondar, abundar --> abundar Ex.2: abofé, bofé, bofá, bofás --> bofé Ex.3: ainda, inda --> ainda Ex.4: ao, ò --> ao Ex.5: ar, er --> er ('ar' desapareceu antes) Ex.6: coisa, cousa --> coisa Ex.7: deixar, leixar --> deixar Ex.8: devação, devoção --> devoção Ex.9: en, ende ---> ende ( considerando o item contraído "porende") Ex.10: eramá, aramá ---> eramá ( < "em hora má") Ex.11: esto, isto --> isto Ex.12: loiro, louro --> loiro (pessoa), louro (tempero) Ex.13: pera, para --> para Ex.14: pero, empero, emperol, perol --> pero Ex.15: pola, pela --> pela Ex.16: polo, pelo -->pelo Ex.17: mui, muito --> muito Ex.18: sam, sou --> sou
Flexão- corrigir inadequações às normas de concordância (não visíveis na etapa de anotação sintática): número, gênero Ex.: (as) menina ---> meninas - incluir casos de crase ( a + a ) que não são marcados no texto Ex.: foi a praia ---> foi à praia Propriedades da palavra[action_desc] : descrição de ação (em meio de sentença) Ex.: ... porque isto aqui ( indicando o estômago ) é um abismo ... [foreign] : palavra estrangeira (marcar língua) Ex.: ... escrevendo ele tão altamente de Summa Trinitate, & Fide Catholica . Atenção: - No caso de ‘foreign’, marcar a língua a que a palavra pertence (em inglês), no caso, "Latin" Propriedades de seção, parágrafo e sentençaSeção- escolher entre ‘act’, ‘play’ ou ‘frame’, a depender do tipo e extensão do texto dramático [Section: act] : ato (se o texto tem uma só peça) [Section: char_list] : lista de personagens [Section: closing] : palavras finais [Section: frame] : quadro (se usado em lugar da divisão em ato) [Section: front] : página de rosto [Section: play] : peça (se o texto é um livro com várias peças) [Section: preface] : prefácio (escrito pelo editor/impressor) [Section: prologue] : arauto/ advertência/ palavras iniciais Parágrafo- para ‘action_desc’ e ‘sc_desc’, vide texto explicativo junto às marcas de sentença [P: action_desc] : descrição de ação (em parágrafo inteiro) [P: char_desc] : lista de personagens (em início de cena) Ex.: PANTALEÃO, DOIS CRIADOS, E OS TAMBORILEIROS [P: characters] : lista de personagens da peça [P: char_list] : título da parte (a que se segue ‘characters’) [P: chorus] : estrofe (recuo aumentado) (~refrão) Ex.: [P: chorus] [s] Que é aquilo, que é aquilo, que é aquilo? \ [s] Son Joon a caçar um grilo [P: chorus_start] : estrofe c/múltiplos personagens – 1o. pers. [P: chorus_inner] : estrofe c/múltiplos personagens – pers. do meio [P: chorus_end] : estrofe c/múltiplos personagens – último pers. Ex.: [P: chorus_start] [S: character] Gil [s] Sabeis mais? [P: chorus_inner] [S: character] Mestre de Esgrima [s] Não, não sei al. [P: chorus_end] [S: character] Gil [s] Pois se vós, bem que secreta \ não sabias alguma treta \ que ninguém me empeça em mal. Atenção: - Marcar novo parágrafo a cada troca de personagem; ou a cada início de estrofe, mesmo que não haja mudança de personagem. Quando há só um personagem que fala toda a estrofe, usar simplesmente ‘chorus’. [P: salutation] : texto de apresentação da peça [P: sc_desc] : descrição de cena (num parágrafo separado) [P: sc_list] : lista de cenas/atos da peça Ex.: I. A casa de Sancho Pança mal composta \ II. Bastidores de bosque [P: scene] : título de cena Ex.: CENA I [P: scenery] : descrição de cenário ou lista de aparatos para cenário Ex.: [P: scenery] [s] Mobília desgastada e empoeirada. [P: stanza] : estrofe (recuo normal) Ex.: [P: stanza] [s] Da tua aurora o círculo radiante \ Em brilho não vai nunca esmorecendo... [P: subtitle] : título de seção Ex.: COMÉDIA EM TRÊS ATOS [P: title] : subtítulo de seção Ex.: ATO PRIMEIRO Sentença- a escolha entre ‘action_desc’ e ‘sc_desc’ visa a garantir que neste último sejam incluídas frases que possam ser analisadas sintaticamente [S: action_desc] : descrição de ação Ex.: ‘mostrando o papel’ [S: character] : chamada de personagem (em discurso direto) Ex.: 1.o Tamborileiro [S: char_desc] : especificação sobre um personagem Ex.: [s: character] CORO [s: char_desc] (dos pastores) [S: partition] : frase indicativa de divisão da peça Ex.: ‘Fim da peça’ / ‘Fim do 3.o ato’ [S: pop_speech] : fala popular (com personagens rurais etc.) Ex.: ‘— Biba por muitos anos, biba!’ [S: sc_desc] : descrição de cena Ex.: ‘Saem ambos’ [S: verse_indent1] verso com um nível de indentação [S: verse_indent2] verso com dois níveis de indentação Ex.: [P: chorus_inner] [S: character] Mestre de Esgrima [S] Há montante? [P: chorus_inner] [S: character] Gil [S: verse_indent1] Não. [P: chorus_inner] [S: character] Mestre de Esgrima [S: verse_indent2] Mangoal? Atenção: - As marcas acima são usadas para quando há um verso complexo, e a fala de um segundo ou terceiro personagem se junta à de um primeiro. A indentação (recuo) serve para indicar essa continuidade. Caso haja quebra de linha, a sequência da sentença virá sem recuo. Ex.: Mestre de Esgrima Há montante? Gil Não. Mestre de Esgrima Mangoal? Formatação geralQuebras de página- Por simplificação, não separar página em meio de palavra; incluir a palavra e qualquer pontuação que a siga (vírgula, ponto final, etc.) antes da quebra. Ex.: inter-| rogou-a , ---> interrogou-a , |
Quebras de linha- Manter quebras de linha no caso de texto poético - Reduzir quebras no caso de títulos Ex.: O Grande \ ---> O Grande Sancho Pança Sancho Pança Cabeçalho/rodapé e números de página- Incluir números de página tal qual no original, seja no cabeçalho ou no rodapé (normalmente não aparecem em página inicial de capítulo) - Ignorar elementos extras que repetem informações sobre o livro (título do livro ou do capítulo, usualmente no cabeçalho) - Incluir eventuais notas de rodapé como comentários locais (atribuir a autoria ao autor do texto ou ao editor, dependendo do caso) — grafar tal qual no original, sem edição, uma vez que os comentários ficam visíveis nessa versão do texto.
Comentários- inserir comentários gerais ou locais, de preferência em inglês, a fim de dar esclarecimentos sobre decisões de edição ou sobre o significado de certas palavras ou expressões. Se bem que não seja o intento o oferecimento de edições críticas, pressupõe-se que o editor passa a ter um nível significativo de conhecimento sobre o texto, e a elucidação de expressões e aspectos linguísticos mais difíceis auxiliam no trabalho linguístico referente às demais etapas. Propriedades do Texto e Metadados- inserir os dados básicos do texto em Edição > Texto > Propriedades: título ano de produção autor ano de nascimento tipo (full, excerpt) (na caixa ‘número de palavras’ encontra-se a informação a ser incluída nos metadados) - inserir os metadados do texto, em Documento > Metadados - Preencher as grandes categorias e as específicas: Original text [sempre] Author name; Author Year of Birth; Title; Genre Intermediate source edition [se consultada uma edição de outrem] Type; Edition Level; Editor; Date; Rights; Reference Immediate source edition [sempre] Type; Edition Level; Editor; Date; Rights; Reference Corpus processing edition [sempre] Document Name; Last Saved Date; Status of Source Text; Document Title; Document Author ID; Modernized Edition by; Period by Birthdate; Corpus Processing Edition Level; Corpus Processing Extent; Corpus Processing Status; Corpus Processing Type; Inserted in Catalog by; Last Revised by; Text Edition by; Corpus Processing Source (POS e PSD podem ser informados ‘no’, porém deixar os campos em aberto dará no mesmo resultado)
Legendas: (*) Final Release - prontos; Revision in Progress - em revisão ; Modernization in Progress - em edição (**) 1 - digitalização de manuscritos originais; 2 - digitalização de impressos originais; 3 - digitalização de edição intermediária ; 4 -digitalização de edição de uma edição intermediária (***) Complete - modernização integral; Technical - modernização parcial (textos da Fase I; Teatro dos sécs. XVI/XVII/XVIII)
Informações sobre a obra original / Original source edition details Author Name: Manuel Pires de Almeida Author Year of Birth: 1597 Original Title: Poesia e Pintura, ou Pintura e Poesia Genre: Dissertation Informações sobre a edição intermediária / Intermediate source edition details Intermediate Source Type: Manuscript Intermediate Source Edition Level: No edition Intermediate Source Title: Poesia e Pintura, ou Pintura e Poesia. Tratado manuscrito de Manuel Pires de Almeida, folhas 50 a 104 Intermediate Source Rights: Arquivo Nacional da Torre do Tombo Casa Forte Informações sobre a edição utilizada / Immediate source edition details Immediate Source Type: Transcript of original manuscript Immediate Source Edition Level: Edited orthography Immediate Source Title: Poesia e Pintura, ou Pintura e Poesia. Tratado manuscrito de Manuel Pires de Almeida, folhas 50 a 104 Immediate Source Rights: Adma Muhana Immediate Source Editor: Adma Muhana Immediate Source Date: 2000 Immediate Source Reference: Muhana, Adma. Poesia e Pintura, ou Pintura e Poesia. Tratado manuscrito de Manuel Pires de Almeida, folhas 50 a 104. Informações sobre o processamento no corpus / Corpus processing details Document Name: a_002 Last Saved Date: 31.10.2006 Corpus Processing Status: Final Release Corpus Processing Type: generation 3 Status of Source Text: Edited Modernized on Transcription: no Corpus Processing Extent: Whole Document Title: Poesia e Pintura Document Author ID: Almeida, Manuel Pires de Word Count: 26.988 Period by Birthdate: 1550-1599 XML Markup by: M.C. Paixão de Sousa, T. Trippel, D. Störbeck, A.C.Garcia de Souza Inserted in Catalog by: M.C. Paixão de Sousa POS: no PSD: no First Processing Information: Revised by H.Britto and T. Menegatti; Verificomment by ; First Uploaded by H. Britto, V. Vinha and L. Chociay; First Uploaded in 15.01.2002 Etiquetagem morfológicaObtenção do xml anotado morfologicamente- Acionar: Documento > Etiquetagem Automática Atenção: Observar, na análise morfológica, se todos os elementos que devem ser ignorados estão corretamente marcados dessa maneira. (Eles devem aparecer em cinza). Revisão da etiquetagem- Observar se as etiquetas correspondem às palavras, de acordo com o manual de etiquetas do corpus - A fim de facilitar o trabalho do parser, realizar quebras de sentença em orações coordenadas, e marcar as novas sub-sentenças com a marca syn-clause . Exportação do xml para o parser- Acionar: Arquivo > Exportar > Sentenças etiquetadas Atenção: Exportar o nível ‘Padronização’, e marcar somente ‘imprimir numeração de página' No arquivo .txt: Retirar o cabeçalho gerado pelo eDictor e inserir: #!FORMAT=POS_0 <text> ... texto ... </text> APÊNDICE SOBRE MODERNIZAÇÃO_Orientações sobretudo relevantes para a edição de textos clássicos (publicados nos séculos XVI, XVII, XVIII)_ Seguem-se as normas adotadas pelo Centro de Estudos de Teatro da Universidade de Lisboa (CET-UL), adaptadas para o Corpus Tycho Brahe abaixo. Link do texto original: [ [6] ] Como se sabe, o português de fases pregressas inclui alterações significativas face ao português atual, e não alterar os fatos de língua é imperativo em qualquer edição de texto antigo, mas ganha especial significado quando se trata de textos de teatro, que foram concebidos para serem produzidos em voz alta e não em leitura silenciosa. Algumas alterações também podem afetar, por conseguinte, as rimas e métrica em textos em poema. Normas gerais- Todas as letras e sinais que não pertencem à norma vigente são substituídos pelos seus correspondentes modernos, exceto se traduzirem um facto de língua próprio do séc. XVI que não possa ser de outra forma representado; neste caso, são conservadas as grafias antigas. - Assim como a estrutura discursiva, a frase e o vocabulário de cada texto são deixados intactos (ressalvados os manifestos erros da edição de base, que são emendados e anotados), assim a prosódia e a fonética o são também. VocalismoA maior parte das grafias relativas a vogais orais e nasais e a ditongos são conservadas sem alteração molher, baxo, cea Exceções: 1. As vogais geminadas são simplificadas ( irmãa > irmã ), recebendo acento quando a geminação é marca da tonicidade ou abertura da vogal ( cuydaraa > cuidará , atee > até ); o mesmo é feito em contentees > contentês , em que a geminação é etimológica mas corresponde a uma vogal monotongada, como prova a rima com cortês . 2. As letras y e e com valor de semivogal são substituídas por i taes > tais; cuydaraa > cuidará 3. A letra o com valor de semivogal é substituída por u mao > mau; lingoagem > linguagem Atenção: Em certos casos pode ser mantida a grafia original, quando a sequência vocálica não puder apresentar diferença de pronúncia deos, descreo 4. As formas da 3ª pessoa plural do presente do indicativo dos verbos ver e semelhantes com redobro de vogal ( ler ) são mantidas como vem e lem monossilábicos. Atenção: - Incluir comentário de palavra com o correspondente ( veem , leem ); - têm não apresenta mudança de pronúncia face à forma singular no Brasil, somente no dialeto lisboeta) 5. A grafia das vogais nasais é modernizada em qualquer posição mãcebo > mancebo; quẽ > quem; gram > grã O mesmo se faz com a grafia -am do ditongo nasal tônico Inquisiçam > Inquisição Atenção: - Excetuam-se alguns casos muito frequentes de variação, que foi conservada nam, não ; entam, então A forma homográfica sam foi conservada como substantivo proclítico (= santo ) e como 1ª pessoa singular do presente do indicativo de ser . Contudo, foi modernizada para são quando 3ª pessoa plural do mesmo tempo e quando adjetivo. No artigo feminino ũa e formações derivadas têm essa grafia mantida, não se tendo ainda desenvolvido a forma epentética uma . Consonantismo6. As consoantes duplas são simplificadas fallam > falam 7. As grafias cultas que não permanecem na ortografia atual são simplificadas sancto > santo; Christo > Cristo; throno > trono 8. A letra u com valor de consoante é mudada para v deuaçam > devação 9. As grafias das sibilantes são regularizadas pela ortografia moderna çapato > sapato, descançar > descansar, asi > assi, excutar > escutar, sizudo > sisudo 10. A grafia qu antes de a ou o é regularizada para c fiquo > fico O mesmo se passa com g antes de e ou i , que passa para j quando a ortografia moderna o faz geito > jeito 11. A grafia do h é regularizada de acordo com a etimologia e a ortografia actual: é eliminado quando não etimológico ( hum > um ) e é restituído quando etimológico ( oje > hoje ). h5. Outras normas 12. A separação de palavras segue o uso moderno, recorrendo ao apóstrofo ou ao hífen quando necessário: quentre > qu' entre, quee > qu' é, quereismo > quereis-mo, daruos ey > dar-vos-ei, queyxarsam > queixar-s'-ão 13. As abreviaturas são desenvolvidas q > que 14. O emprego de maiúsculas é regularizado nos nomes próprios e inícios de frase. 15. A acentuação das vogais é distribuída segundo a ortografia atual. 16. A pontuação é mantida, exceto para trocar pontuações que facilitem a análise sintática, no sentido de separar sentenças; nunca são incluídos/ retirados/ mudados de lugar os sinais de pontuação. 17. Nos textos em castelhano e em saiaguês, a regularização das grafias é feita tomando como padrão formas atestadas pelo próprio texto ou por outros da mesma edição. 18. Seguindo o mesmo princípio de alteração fonética, formas como naci devem ser alteradas para nasci (somente no dialeto lisboeta a pronúncia se alterou para um som chiante). |
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