Nome
:
F
.
S
.
Local
de
nascimento
:
Mato
Grosso
Sexo
:
M
Idade
:
75
Nível
de
escolaridade
:
não
alfabetizado
,
mas
assina
o
nome
.
Viagens
:
Paraná
Assiste
TV
:
sim
Doc
1:
Como
é
o
nome
do
senhor
?
Inf:
F
.
S
.
Doc
2:
O
senhor
nasceu
aqui
seu
F
?
Inf:
Nasci
.
Doc
2:
Se
criou
aqui
?
Inf:
Foi
...
(
Barulho
de
pessoas
conversando
próximo
)
.
Doc
2:
Já
viajou
p’algum
lugar
?
Inf:
Se
eu
já
viajei
?
Doc
2:
Ham
.
Inf:
Já
,
já
viajei
.
Já
morei
sete
ano
no
Paraná
.
De
pois
voltei
de
novo
pra
cá
.
Doc
1:
Sete
anos
na
cidade
?
Inf:
Hum
?
Doc
2:
Sete
anos
fora
da
cidade
?
Inf:
É
,
fora
da
cidade
.
Trabalhava
no
centro
.
(
Pausa
)
Doc
1:
{
Mas
}
o
senhor
foi
pra
onde
assim
?
Paraná
?
e
já
foi
em
São
Paulo
?
Inf:
Não
.
São
Paulo
só
conheço
,
assim
,
de
passagem
porque
passa
pelo
...
passa
numa
cidade
que
...
que
não
tem
paradeiro
,
não
pode
dizer
que
conhece
ali
,
né
?
Agora
ino
pro
Paraná
passa
,
tem
que
passar
em
São
Paulo
.
Eu
passei
lá
seis
vez
,
né
?
Doc
2:
Mas
eu
fui
ali
tirar
uma
foto
,
o
senhor
viu
que
coisa
?
Inf:
Vi
,
mas
[
risos
]
você
...
não
é
coisa
de
rir
não
,
mas
como
é
que
acerta
você
sair
pa
bem
[
inint
]
da
formiga
?
Doc
1:
O
senhor
já
viu
que
coisa
?
Inf:
É
p’ocê
ver
.
Doc
2:
Aqui
tem
muita
formiga
,
né
?
Inf:
É
,
tem
.
Mas
tu
...
tudo
que
tem
que
a
...
passa
por
a
pessoa
já
traz
aquela
sorte
,
né
?
Sair
desse
mundão
pra
vim
sentar
ali
!
[
risos
]
.
Já
pensou
?
É
!
Doc
2:
Cheguei
lá
,
fui
em
cima
da
formiga
inda
dei
risada
e
fiquei
!
Quando
eu
senti
as
mordidas
...
Inf:
É
,
mas
...
Doc
2:
Sempre
o
lugar
que
tem
flor
é
assim
,
é
?
Inf:
É
.
(
Pausa
)
.
Mas
vocês
conversa
assim
,
mas
é
::
tá
gravano
aí
o
que
a
gente
fala
,
não
é
?
[
risos
]
.
Doc
2:
A
gente
quer
as
histórias
da
cidade
porque
pra
copiar
,
aí
a
hente
vai
ficar
o
tempo
todo
...
/Oi
,
como
vai
a
senhora
?
Circ:
Tou
bem
e
você
?
Doc
2:
Bem
obrigada
.
Doc
1:
É
porque
a
gente
estuda
sobre
assim
a
região
...
Inf:
É
.
Doc
1:
...
e
as
vezes
a
gente
conversa
e
tem
coisas
que
a
gente
não
lembra
...
Inf:
Não
lembra
.
Doc
1:
E
então
é
preciso
que
a
gente
grave
pra
escutar
,
ah
!
Ele
falou
que
lá
chove
,
não
chove
.
Doc
2:
E
a
gente
não
conversa
com
uma
pessoa
só
!
Inf:
Os
mais
velho
,
né
?
Doc
2:
É
.
Aí
a
gente
vem
e
pergunta
,
né
?
Inf:
É
.
Doc
2:
É
só
pra
ver
a
história
do
lugar
!
Que
a
gente
mora
BEM
LONGE
.
Nós
moramos
em
Feira
de
Santana
.
Circ
1:
Ocês
mora
em
Feira
de
Santana
.
Doc
2:
É
.
O
senhor
não
conhece
não
?
Feira
de
Santana
?
Inf:
Não
.
Feira
de
Santana
eu
não
conheço
.
Doc
2:
Fica
pertinho
de
Salvador
!
Inf:
Não
,
Feira
de
Santana
...
Eu
conheço
o
Paraná
mais
que
aqui
no
estado
da
Bahia
.
É
::
conheço
lá
muita
cidade
,
né
,
agora
aqui
na
Bahia
...
Doc
2:
O
senhor
sabe
por
que
é
que
esse
lugar
tem
o
nome
de
Mato
Grosso
?
Inf:
Se
eu
sei
?
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Eu
...
a
véia
ali
,
ela
sabe
mais
do
que
ieu
,
sabe
mais
explicar
.
Ela
é
mais
velha
,
né
?
[
barulho
de
pessoas
conversando
próximo
]
.
Mas
aqui
tem
nome
de
Mato
Grosso
proque
isso
aqui
é
um
lugar
,
dessas
...
a
não
ser
Salvador
,
é
um
d’um
lugar
mais
velho
que
tem
aqui
.
É
aqui
!
Nessa
igreja
,
essa
igreja
foi
fundada
em
mil
e
setecentos
e
dezoito
.
Quantos
ano
faz
?
Doc
2:
É
no
século
dezoito
,
né
?...
Inf:
É
.
Doc
2:
...
que
foi
fundada
igreja
?
Inf:
Foi
.
Doc
2:
Quem
construiu
aquela
igreja
?
Inf:
Essa
igreja
foi
do
tempo
dos
escravo
,
né
?
É
.
Doc
2:
Tinha
muito
escravo
por
aqui
,
né
?
Inf:
Bom
,
aí
esse
pessoale
eu
num
conheci
não
,
proque
os
escravo
já
foi
...
já
faz
muitos
ano
,
né
?
E
eu
tou
falano
o
que
eu
já
vi
os
mais
véi
que
eu
falar
,
né
?
É
o
que
eu
posso
falar
...
Doc
2:
Já
é
a
história
que
os
outros
mais
velhos
já
contaram
pro
senhor
?
Inf:
Eu
tou
contano
o
que
eu
já
vi
oz’outo
falar
.
Doc
2:
E
como
é
o
clima
daqui
?
Inf:
O
crima
daqui
?
Doc
2:
Sim
.
É
...
Inf:
O
crima
aqui
de
...
de
setembro
até
março
é
quente
.
Agora
de
março
até
fim
de
agosto
é
igual
uma
geladeira
,
isso
aqui
de
frio
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Vixe
!
Inf:
É
,
aqui
é
assim
.
Doc
2:
Di
z
que
à
noite
faz
frio
,
né
?
Inf:
Faz
muito
frio
.
Doc
2:
O
menino
ali
embaixo
tava
dizendo
que
é
de
rachar
!
Inf:
É
.
Doc
2:
E
o
senhor.../
Doc
1:
O
senhor
é
casado
?
Inf:
Eu
?
Doc
1:
Sim
.
Inf:
Sou
.
Doc
1:
Hum
::
[
risos
]
.
Inf:
Tá
com
quarenta
e
cinco
ano
que
eu
ponhei
esse
...
essa
cruz
em
minhas
costa
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Ah
é
?
E
como
foi
que
cê
conheceu
?
Inf:
Ham
?
Doc
.
2:
Como
foi
que
cê
conheceu
?
Inf:
Como
é
que
eu
conheci
ela
?
Doc
.
2:
Ham
.
Inf:
Eu
conheci
ela
,
ela
,
ela
tinha
uns
quinze
ano
de
idade
.
É
daí
foi
casar
e
já
tá
com
essa
coisa
de
lá
de
ano
tamo
viveno
{
que
eu
}
...
Doc
2:
Foi
o
senhor
que
paquerou
?
Inf:
É
.
Doc
2:
{
Quer
vê
ele
}
Foi
difícil
conquistar
?
Inf:
Não
.
[
risos
]
.
Foi
até
mais
fácil
um
pouco
.
Doc
2:
O
senhor
é
filho
único
,
é
?
Inf:
E
eu
?
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Não
,
eu
sou
...
eu
tenho
...
Doc
2:
E
muitos
,
né
?
Inf:
Tenho
.
Doc
2:
Tem
quantos
assim
?
Inf:
Irmão
comigo
,
oito
,
homem
é
quato
e
moça
...
Doc
2:
Oito
moças
e
quatro
homens
.
Inf:
Não
!
Oito
...
quato
homem
e
quato
mulher
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
E
o
senhor
é
o
mais
velho
,
é
?
Inf:
Não
.
Doc
2:
O
senhor
tem
filhos
?
Inf:
Tenho
.
Eu
tenho
...
tenho
seis
.
Doc
2:
Mas
tudo
mora
por
aqui
?
Inf:
Tudo
mora
aqui
perto
e
uma
mora
no
Paraná
.
Doc
.
2:
Foi
pra
lá
.
Ela
casou
e
foi
pra
lá
,
foi
?
Inf:
Foi
.
Casou
foi
pra
lá
.
Mora
na
Terra
Roxa
do
Paraná
.
Doc
2:
Ah
...
tem
uma
...
a
filha
de
dona
A
.
mora
lá
também
,
né
?
Inf:
Mora
,
é
.
Tá
com
...
Circ
1:
Vocês
já
foi
na
casa
dela
?
Inf:
Di
a
onze
agora
interou
um
mês
que
...
que
eles
foi
embora
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
por
perto
]
.
Doc
2:
Hum
.
Mas
ela
manda
notícia
pra
cá
?
Inf:
Sempre
manda
,
né
?
Doc
1:
O
senhor
num
fica
procupado
,
não
?
Lá
longe
!
Inf:
Ma
e
eu
num
fico
não
poque
ieu
me
criei
no
mundo
.
E
eu
com
idade
de
quinze
ano
,
ieu
fui
pra
lá
,
ino
e
vortano
,
ino
e
vortano
.
Quando
eu
completei
vinte
ano
já
casei
e
fiz
o
paradeiro
aqui
.
Uns
...
uns
trinta
ano
depois
eu
resolvi
ir
com
tudo
ir
pra
lá
.
De
pois
vortei
de
novo
agora
...
Circ
1:
Ôh
C
.,
ela
foi
na
casa
de
A
.,
onde
A
.
tá
morano
.
Inf:
Foi
?
Ah
,
mas
aqui
!
Circ
1:
Mas
lá
no
Paran
...
na
fa
...
na
Terra
Roxa
não
,
no
Paraná
.
Inf:
Não
,
ela
foi
aqui
.
Ah
,
N
.
tá
,
foi
lá
!
[
risos
]
.
Doc
2:
Não
.
Circ
1:
Eu
tou
pensano
qu’é
lá
.
[
risos
]
.
Inf:
Vocês
é
irmã
?
Doc
2:
Não
.
Nós
somos
estudantes
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Estudamos
lá
na
Universidade
de
Feira
.
Inf:
Então
.
Circ
1:
Ocês
mora
mehmo
em
Feira
de
Santana
,
né
?
Doc
2:
É
.
Inf:
E
eu
morava
lá
no
Paraná
junto
com
um
vizinho
que
ele
era
de
Feira
de
Santana
.
O
vizinho
...
Doc
2:
Um
vizinho
que
era
de
Feira
?
Inf:
É
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
O
senhor
gostou
de
lá
do
Paraná
?
Inf:
Gostei
.
Doc
2:
O
senhor
acha
que
lá
é
um
lugar
bom
pra
se
morar
?
Inf:
Não
,
lá
é
um
lugar
bom
,
mas
pra
viver
lá
eu
num
acho
bom
proque
hoje
nós
aqui
,
deu
a
noite
,
pode
largar
as
porta
tudo
aberta
aí
que
ninguém
tem
medo
de
ladrão
e
lá
gente
só
vive
assustado
,
né
?
Sei
lá
,
pra
viver
num
lugar
daquele
,
se
a
pessoa
tiver
uma
questão
com
outo
,
com
dez
,
dá
a
ele
dez
real
e
ele
dá
um
tiro
no
outro
e
aqui
num
tem
nada
disso
,
né
,
não
?
Lá
é
assim
!
Lá
é
desse
jeito
mehmo
e
aqui
...
Circ
1:
E
num
mata
o
outo
não
aqui
,
é
?
Inf:
E
lá
...
mas
ieu
tou
,
eu
tou
sabeno
porque
vocês
num
vê
que
lá
,
pra
lá
nesses
mundo
de
lá
,
vocês
num
vê
o
que
tá
aconteceno
em
São
Paulo
?
[
risos
]
.
Doc
2:
É
,
lá
é
muito
violento
,
né
?
Inf:
Aqui
na
nossa
Bahia
também
tá
.
Doc
2:
Não
tá
brincadeira
não
.
Circ
1:
Lá
de
vez
em
quando
...
Inf:
È
.
Hoje
,
hoje
inté
...
nunca
uma
pessoa
aqui
foi
preso
porque
matasse
outo
!
Aqui
tem
a
base
de
duas
mile
pessoa
e
nunca
aconteceu
de
ninguém
tirar
a
vida
de
outo
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
É
,
isso
aqui
é
abençoado
por
De
us
!
[
risos
]
.
O
que
é
difícil
,
né
?
Doc
2:
É
muito
difícil
!
Inf:
É
difícil
!
Doc
2:
Hoje
em
dia
o
povo
só
anda
assustado
,
né
?
Inf:
Assustado
!
É
.
Doc
2:
Ninguém
tem
confiança
de
sair
e
deixar
as
suas
casas
abertas
,
né
?
Inf:
Tem
não
.
Doc
2:
Agora
aqui
parece
que
o
povo
é
unido
,
né
?
Inf:
É
.
Aqui
num
tem
negócio
de
ingnorância
de
gente
tá
brigano
,
não
é
?
Isso
aqui
é
quase
tudo
uma
parentaia
só
,
né
?
Doc
2:
É
?
Inf:
O
povo
tem
...
é
unido
,
é
.
Porque
no
Paraná
um
homem
me
procurou
:
“Óh
,
lá
onde
ocê
mora
tem
ladrão?”
Foi
eu
brincano
com
ele
.
Falei
não
.
Lá
não
[
inint
]
...
Doc
2:
Ei
!
Inf:
...
É
por
isso
que
não
cria
!
Mas
brincadeira
,
né
?
Falaha
com
ele
!
[
risos
]
.
Doc
2:
Era
.
O
povo
de
lá
era
muito
cismado
,
né
?
Inf:
Cismado
,
é
,
isso
até
serve
também
pa
gente
morar
num
lugar
pa
mode
das
pessoa
respeitar
a
gente
também
um
pouco
,
né
?
Doc
2:
É
,
se
fosse
...
Inf:
Quer
tomar
um
café
?
Doc
2:
Eu
tomei
aqui
na
casa
de
dona
A
.
obrigada
!
Se
fosse
pro
senhor
escolher
morar
,
o
senhor
preferia
aqui
ou
o
Paraná
?
aqui
,
né
?
Inf:
É
,
ieu
...
bom
,
vou
falar
a
verdade
.
E
eu
vim
de
novo
de
volta
pra
cá
por
cause
de
...
da
família
ser
grande
.
Agora
lá
que
nem
aqui
era
a
mehma
coisa
!
Que
eu
toda
vida
gostei
de
lá
,
né
?
Doc
2:
O
clima
lá
também
é
mais
ou
menos
como
o
daqui
,
é
?
Inf:
Ah
,
lá
é
diferente
.
Lá
é
mais
quente
.
Lá
é
mais
quente
que
aqui
no
estado
da
Bahia
,
o
Paraná
!
É
muito
,
muito
!
Doc
2:
Muito
,
muito
.
Inf:
É
.
Doc
2:
O
senhor
chegou
a
estudar
?
Inf:
Não
,
ieu
,
a
escola
que
eu
tive
nela
foi
quinze
dia
.
Doc
2:
Foi
?
Inf:
Eu
,
naqueles
tempo
,
os
quato
num
ia
estudar
por
causa
de
tá
ajudano
na
roça
.
E
eu
fui
aprender
assinar
meu
nome
lá
.
Em
quinze
dia
,
ieu
aprendi
assinar
o
nome
.
Não
aprendi
quase
nada
não
,
mas
pelo
menos
saber
tratar
todo
mundo
e
respeitar
eu
aprendi
,
que
o
mundo
ensina
também
,
né
?
Doc
2:
É
.
Inf:
Não
vê
dizer
que
o
::
mundo
é
um
livro
aberto
pa
ensinar
quem
não
sabe
viver
?
[
risos
]
.
Doc
2:
Olha
!
Inf:
É
.
Doc
2:
O
senhor
,
o
senhor
ouviu
essa
...
isso
de
alguém
ou
é
só
...
é
do
senhor
mehmo
,
da
cabeça
do
senhor
mehmo
?
Inf:
Não
,
ieu
...
proque
isso
gente
vê
os
...
os
cantor
cantano
,
a
gente
apr
...
Doc
2:
O
senhor
gosta
de
música
,
né
?
Inf:
Gosto
.
Ocê
tá
aí
observano
tudo
,
né
?
[
risos
]
.
Doc
1:
É
.
Tenho
que
prestar
atenção
.
Se
eu
vou
estudar
depois
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Num
pode
esquecer
.
Inf:
É
.
Doc
1:
Apesar
de
não
ter
problema
,
né
?
Doc
2:
E
qual
é
o
tipo
de
música
do
seu
tempo
?
Inf:
Oi
?
Doc
2:
Que
tipo
de
música
do
seu
tempo
?
Inf:
E
eu
gostei
muito
toda
vida
foi
de
músca
sertaneja
.
Essas
músca
nova
de
hoje
,
que
gente
não
...
nem
entende
o
que
é
que
eles
ca
...
canta
,
né
?
Doc
2:
E
as
vezes
é
só
,
só
aiai
,
uiui
,
né
?
Inf:
É
.
E
num
sa
...
ninguém
sabe
o
que
que
é
que
tá
cantano
!
[
risos
]
.
Agora
as
música
sertaneja
,
a
gente
entende
mais
,
né
?
Doc
2:
E
fala
mais
da
vida
,
né
?
Inf:
Fala
.
Doc
2:
Da
vida
das
pessoas
,
né
?
E
o
senhor
já
lidou
muito
na
roça
?
Inf:
Ah
,
e
eu
na
profissão
[
inint
]
que
eu
já
tenho
uns
[
inint
]
.
Sem
ajuda
de
ninguém
nesse
mundo
só
de
De
us
!
É
.
Doc
2:
Sol
a
sol
e
o
senhor
ali
trabalhano
,
né
?
Inf:
Só
,
mas
mesmo
assim
já
criei
onze
filho
.
Já
morreu
seis
,
casou
cinco
.
Só
tem
uma
moça
mais
nós
aí
.
Circ
1:
{
Tome
comade
!
}
.
Doc
2:
Óh
,
não
precisava
que
a
gente
tomou
ali
!
Doc
1:
Ah
,
oxe
,
café
!
Doc
2:
Foi
um
copo
enorme
!
Circ
1:
Fala
de
quale
ocês
quer
?
Doc
e
ou
de
sal
?
Doc
2:
Não
,
num
quero
não
.
Porque
se
não
a
gente
não
almoça
depois
.
Enche
a
barriga
e
chega
na
hora
da
comida
num
come
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
Quem
era
os
cantores
da
...
da
sua
época
?
de
música
sertaneja
,
o
senhor
lembra
?
Inf:
E
eu
lembro
um
pouco
,
mas
se
eu
for
lhe
falar
eu
passo
aq
...
p’ocê
gravar
,
nós
vai
a
tarde
toda
.
[
risos
]
.
Doc
2:
E
é
só
um
qu’é
pra
vê
quem
tava
no
auge
,
né
?
No
tempo
,
quem
era
o
cantor
da
época
?
Inf:
Não
,
n’aquele
era
da
época
do
...
de
ci
...
de
meio
de
cinqüenta
e
um
pra
cá
é
::
Tonico
e
Tinoco
...
Doc
2:
Óia
!
Caim
e
Abel
.
Tiraram
o
nome
da
Bíblia
,
né
?
Inf:
Mah
não
é
aquele
Ca
...
não
é
Abel
...
[
risos
]
.
Doc
2:
Hem
?
Inf:
...
irmão
de
Caim
não
é
outo
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Ham
.
Inf:
Pois
bem
e
lá
e
pra
cá
e
pra
cá
teve
também
.
É
porque
vai
passano
a
gente
,
assim
,
o
sentido
é
o
T
.
R
.
e
M
.
...
Doc
2:
Mah
muita
gente
...
Inf:
Z
.
M
.
M
...
Doc
2:
Tem
muita
gente
que
ainda
ta
viva
,
né
?
Inf:
Ah
,
tem
muitos
que
tá
vivo
...
Circ
1:
M
.
e
Z
.
R
.
...
Inf:
Z
.
R
.
Agora
esses
,
muito
desses
já
tá
tudo
no
céu
que
já
morreru
,
né
?
Doc
2:
O
senhor
dançava
muito
.
Inf:
Já
.
Eu
,
no
tempo
que
eu
era
novo
,
vou
lhe
falar
era
...
era
minha
profissão
!
[
risos
]
.
Doc
2:
E
era
muito
namorador
,
não
?
Inf:
Um
pouco
,
né
?
Doc
2:
Aí
chegou
a
sua
esposa
e
lhe
botou
no
jeito
?
Inf:
Ah
,
é
,
e
ela
é
!
Circ
1:
[
inint
]
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Botou
pra
ficar
quieto
.
Inf:
É
,
agora
eu
tou
quieto
!
E
ela
não
é
muito
feia
não
,
a
muié
.
Doc
1:
Não
!
[
risos
]
.
Não
é
não
!
[
risos
]
.
Inf:
É
!
Circ1
:
[
inint
]
não
já
tem
pintura
...
[
risos
]
[
inint
]
.
Inf:
É
.
Doc
1:
O
senhor
plantava
o
quê
?
Inf:
Ham
?
Doc
1:
E
o
senhor
plantava
o
quê
?
Inf:
Nós
pranta
‘qui
café
,
feijão
,
milho
,
arroz
.
Cê
sabe
tudo
que
a
terra
produz
nós
pranta’qui
.
E
de
tudo
que
prant’aqui
que
nasceu
...
Doc
2:
A
terra
aqui
é
muito
boa
,
né
?
Inf:
Aqui
é
boa
.
Aqui
num
precisa
adubo
não
!
Doc
2:
E
por
que
será
assim
?
Inf:
Num
sei
.
Aqui
é
...
Doc
2:
Será
que
é
porque
é
frio
?
Inf:
A
terra
aqui
é
uma
terra
que
eu
falava
lá
no
Paraná
:
“vocês
pranta
aqui
só
com
adubo
,
em
nossa
terra
na
Bahia
não
precisa
adubo”
.
Queria
até
num
acreditar
,
né
?
Mas
pode
procurar
aí
que
‘ocê
vai
vê
que
eu
tou
falano
a
...
só
a
verdade
.
É
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
Num
ficava
achano
que
o
senhor
tava
,
é
::
dizeno
ou
quereno
dizer
que
sua
terra
era
melhor
,
não
?
Inf:
Não
,
eles
não
ficava
bem
acreditano
,
né
?
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Mas
ieu
tinha
consciência
de
tá
falano
a
verdade
,
né
?
Doc
2:
Que
também
eu
acho
que
lá
era
muito
poluído
,
né
?
Inf:
{
Ôh
moça
}
aqui
...
aqui
a
terra
que
vai
ponhano
adubro
,
vai
a
terra
também
acostumano
e
torna
...
que
essa
terra
,
né
?
com
adubo
ponhano
assim
direto
.
Só
aqui
que
num
precisa
.
Doc
2:
E
o
senhor
plantava
pa
vender
ou
era
só
pra
o
senhor
mesmo
?
Inf:
Era
pra
vender
...
Doc
1:
Já
comerciou
com
...
Inf:
Já
.
Doc
2:
Com
fruta
,
essas
coisa
?
Inf:
É
.
Já
.
Nós
,
o
produto
que
nós
colhia
,
entregava
lá
na
Coteval
.
Lá
ele
guardava
,
quando
dava
o
tempo
de
vender
e
que
dava
preço
a
gente
vendia
,
né
?
Doc
2:
Cê
guardava
,
n’era
?
Inf:
Guardava
.
É
.
Doc
2:
Botava
assim
na
feira
pra
vender
tudo
?
Inf:
Tudo
.
Na
...
lá
num
era
feira
.
Lá
tem
uma
casona
que
ia
...
se
chama
Coteval
.
Aí
ne
Feira
de
Santana
também
deve
ter
,
né
?
Doc
2:
Tem
.
Inf:
Na
cidade
?
Doc
2:
Tem
,
tem
o
mercado
.
Inf:
Lá
a
gente
prant
...
Quando
queria
prantar
por
conta
prantava
,
se
num
quisesse
...
Só
que
a
roça
é
financiada
,
não
dá
resurtado
porque
o
dinheiro
que
tira
pra
financiar
,
mas
o
juro
eles
aumentavam
.
Doc
2:
É
,
lá
eu
acho
só
funcionava
se
a
pessoa
já
tivesse
dinheiro
,
né
?
Inf:
É
,
lá
é
.
Doc
2:
Tiver
dinheiro
pra
investir
na
sua
terra
...
Inf:
Mas
,
é
o
lugar
mió
que
tem
pa
viver
é
a
nossa
Bahia
.
É
.
Doc
2:
O
senhor
gort’aqui
,
né
?
Inf:
[
risos
]
.
Doc
2:
O
senhor
sabe
assim
alguma
coisa
de
Rio
de
Contas
?
Inf:
Você
sabe
porque
que
de
vez
em
quando
eu
olho
?
E
...
e
fico
assim
admirano
?
É
porque
é
...
é
uma
menina
que
mora
aqui
,
minha
prima
ali
,
naquela
casa
ali
óh
.
Mas
óia
!
Ocês
foi
lá
?
Doc
1:
É
que
ela
tem
uma
...
Doc
2:
...
uma
filinha
?
Doc
1:
Uma
filha
chamada
M
.?
Inf:
Não
,
é
outra
.
É
mais
pra
baixo
.
Numa
casinha
branca
.
Doc
1:
De
ve
ter
sido
outra
mulher
,
né
não
?
Inf:
A
filha
do
vereador
.
É
.
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Mas
eu
nunca
vi
parecer
...
[
risos
]
igual
.
É
.
Doc
2:
O
senhor
conhece
Barra
,
Bananal
?
Inf:
Conheço
.
Doc
2:
Conhece
?
será
que
tem
esse
nome
assim
de
Bananal
?
Inf:
Sabe
se
...
tu
num
sabe
que
eu
num
sei
entender
isso
.
Os
nome
tudo
sem
jeito
,
né
?
Doc
2:
É
,
o
povo
bota
cada
nome
estranho
,
hem
?
Inf:
É
,
bota
.
Doc
2:
Bananal
!
Inf:
Bananal
!
Circ
1:
A
vez
é
porque
tinha
pranta
de
...
era
muita
de
bananeira
,
né
?
Doc
2:
É
.
Inf:
Não
,
mas
tem
um
lugar
também
...
Circ
1:
Nessa
Barra
mehmo
,
tem
uma
negraiada
,
né
?
Doc
2:
Tem
!
Inf:
Aqui
ocê
num
acha
um
...
um
preto
!
Inf:
Conheço
.
Doc
2:
Por
que
Doc
2:
Num
acha
não
!
Inf:
Não
.
Doc
2:
É
verdade
.
A
hente
tava
falano
,
aqui
só
tem
gente
tudo
parecido
,
tudo
branquinho
...
Doc
1:
Tudo
da
mehma
família
,
né
?
É
M
.
Inf:
É
M
.
S
.
N
....
Doc
2:
O
senhor
é
qual
M
.?
Inf:
É
sou
M
.
Doc
2:
Conversamos
com
o
...
com
Z
.
A
.
Inf:
Z
.
A
.
M
.,
né
?
Doc
2:
É
.
Inf:
É
o
vereador
aí
que
a
gente
chama
M
.
G
.
M
.
Tem
J
.
M
.
que
mora
lá
em
...
Doc
2:
Não
conheço
ninguém
do
lado
de
cá
.
Inf:
J
.
é
o
vice-prefeito
.
Oia
no
estado
de
São
Paulo
também
tem
um
lugar
toca
lavoura
de
banana
,
mas
lá
chama
Santos
,
a
...
aqui
já
é
Bananal
,
né
?
Doc
2:
É
,
Bananal
.
De
ve
ser
porque
tem
muita
banana
lá
mehmo
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Agora
lá
é
...
é
assim
meio
seco
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Aqui
é
mais
bonito
,
verde
,
né
?
Circ
1:
É
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Aqui
tem
flores
...
Doc
1:
O
clima
também
é
melhor
...
Circ
1:
É
,
{
oxe
}
.
Doc
2:
Aqui
é
uma
beleza
!
Inf:
Me
diz
uma
coisa
,
lá
onde
ocês
mora
tem
essas
montanha
que
nem
tem
aqui
?
Doc
1:
Não
.
Doc
2:
Nada
!
Circ
1:
É
de
Minas
pra
cá
,
né
?
Doc
2:
Tudo
...
tudo
planin
...
tudo
planinho
assim
...
Inf:
Prano
igual
no
Paraná
,
né
?
Doc
2:
Num
tem
essas
flores
...
Doc
1:
Feira
de
Santana
num
tem
nenhum
rio
pra’hente
tomar
banho
.
Circ1
:
Não
minha
irmã
?
Doc
2:
Nada
.
Doc
1:
A
gente
chegou
aqui
e
já
gastou
daqui
.
É
bonito
...
Inf:
Mas
o
rio
de
São
Francisco
,
passa
,
né
?
Feira
de
Santana
?
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
Não
.
Inf:
Não
?
Fica
mais
distante
,
né
?
Doc
2:
MUITO
distante
!
Inf:
Ah
!
Doc
2:
Muito
distante
.
Doc
2:
Aqui
é
maih
gostoso
.
Eu
gostei
maih
da’qui
.
Inf:
E
o
crima’qui
...
porque
tá
na
época
do
calor
e
o
tempo
que
é
pra
mode
aborrecer
,
né
?
Doc
2:
É
.
Inf:
É
.
Ah
o
...
lá
o
moço
lá
que
...
aquele
ali
já
entende
um
pouquinho
ele
est
...
Doc
2:
Seu
filho
,
é
?
Inf:
Não
,
esse
daí
é
sobrinho
.
Doc
2:
É
.
Doc
1:
O
senhor
não
tem
filho
não
?
Inf:
Oi
?
Doc
1:
O
senhor
não
tem
filho
não
?
Inf:
Foi
na
padaria
lá
embaixo
?
Doc
1:
Não
.
Doc
2:
Não
.
Onde
é
a
padaria
?
Inf:
É
aí
embaixo
.
Aí
no
...
Doc
1:
Perto
da
igreja
.
Doc
2:
Vai
p
...
Inf:
Perto
da
igreja
.
Doc
2:
Vai
por
onde
?
Inf:
Tanto
vai
por
aqui
,
como
por
aqui
,
e
té
fio
meu
,
esse
menino
lá
na
padaria
...
Doc
2:
É
?
Como
é
o
nome
dele
?
Inf:
L
.
M
.
Doc
2:
Oxe
!
Vou
chegar
lá
:
Óh
seu
L
.
falei
com
seu
pai
,
ele
disse
que
era
pra
eu
vim
aqui
,
que
aqui
é
tudo
gostoso
!
[
risos
]
.
Inf:
É
.
Não
e
ocês
...
e
ocê
ino
lá
,
ocê
vai
ficar
com
vontade
de
ver
ele
todo
dia
porque
...
Doc
2:
É
mesmo
?
[
risos
]
.
Inf:
O
bicho
tem
um
papo
...
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
É
mesmo
?
Inf:
É
e
o
...
é
andado
,
ele
já
morou
em
São
Paulo
.
Ele
é
...
ele
é
bem
sabido
.
Doc
2:
Ele
tem
quantos
anos
?
Inf:
Ele
tem
quarenta
e
cinco
,
mas
cê
olha
,
assim
,
parece
que
tem
vinte
!
Doc
2:
É
?
Inf:
É
.
Ele
só
mexe
com
negócio
.
Ele
num
é
judiado
de
enxada
,
de
peso
pra
trabalhar
,
pra
estragar
a
saúde
,
né
?
Não
bebe
,
não
fuma
...
Doc
2:
Botou
o
negócio
dele
,
né
?
E
ficou
...
Inf:
Ah
,
é
!
Doc
2:
Lá
num
luta
muito
com
o
chão
,
essas
coisas
...
Como
foi
a
infância
do
senhor
?
O
seu
...
o
seu
pai
com
era
?
Inf:
Meu
pai
?
Doc
2:
Era
muito
danado
,
assim
?
[
risos
]
.
Inf:
O
meu
pai
!
Se
eu
for
...
se
eu
lhe
contar
como
foi
ele
,
ocê
num
acredita
!
[
risos
]
.
Doc
2:
Ah
,
eu
quero
saber
.
Inf:
Não
,
ele
,
ele
foi
muito
bom
pai
de
família
,
né
?
Que
pelo
menos
batalhou
pra
criar
nós
,
mas
e
ele
...
e
ele
era
dessas
...
desses
que
andava
muito
direitinho
não
.
Doc
2:
Como
assim
?
[
risos
]
.
Arrumava
namorada
é
?
Inf:
Ah
,
era
!
Doc
2:
Ixe
Maria
!
Inf:
Ele
ia
.
Doc
2:
Era
bonitão
ele
,
era
?
Inf:
Não
,
ele
era
uma
figurona
mais
ou
menos
que
nem
aquele
lá
,
óh
,
tá
vendo
?
Doc
1:
Hum
.
Inf:
Cê
sabe
...
cê
ta
veno
,
sabe
quem
é
aquele
,
num
sabe
?
Doc
1:
R
.
R
.,
né
?
Inf:
R
.
N
.
Doc
2:
Quem
é
ele
?
Inf:
Ele
é
...
ele
é
deputado
aí
de
...
de
Salvador
,
né
T
.?
Circ
2:
R
.
N
.?
Inf:
É
Circ
2:
É
.
Doc
2:
O
seu
pai
era
bonito
?
Inf:
Não
,
meu
pai
era
...
Doc
2:
Era
pe
...
apessoado
assim
?
Inf:
Era
bem
arrumado
.
É
.
Doc
2:
Era
vaidoso
,
era
?
Inf:
Era
muito
vaidoso
,
só
que
pelo
meno
pra
nós
,
pa
os
filho
,
foi
ótima
pessoa
,
né
?
Foi
.
Doc
2:
Mas
tinha
esse
defeito
?
Inf:
Tinha
,
é
.
Doc
2:
Aí
o
senhor
num
gostou
por
causa
disso
?
Inf:
É
,
não
gostava
não
.
Eu
não
sei
se
é
porque
eu
sou
muito
ser
direito
.
[
risos
]
.
Doc
2:
É
.
Olha
!
Cadê
sua
esposa
?
Tinha
que
tá
aqui
pra
ouvir
isso
!
[
risos
]
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Ela
já
sabe
,
né
?
Inf:
[
risos
]
.
Sabe
.
Doc
2:
Nunca
deu
trabalho
não
?
Inf:
[
risos
]
.
É
.
Doc
1:
E
como
era
aqui
a
cidade
na
época
que
o
senhor
era
criança
?
Era
muito
pequeno
o
Mato
Grosso
?
Tinha
pouca
casa
?
Inf:
Isso
aqui
,
ieu
conheci
aqui
não
tinha
a
metade
das
casa
que
tem
hoje
,
né
?
Bem
poucas
casa
,
né
?
Agora
tá
aí
aumentano
de
pouco
a
pouco
e
acho
que
enquanto
o
mundo
for
mundo
só
vai
aumentano
,
né
?
Doc
2:
Mas
não
...
mas
tá
melhorando
,
né
?
Inf:
Tá
.
Graças
a
De
us
tá
melhorano
que
aqui
ninguém
mora
debaixo
de
teia
do
z’outo
não
.
Todo
mundo
tem
sua
casinha
.
Circ
1:
Vai
nas
roça
p’ocê
vê
o
que
é
{
café
}
[
inint
]
.
Inf:
Todo
mundo
tem
lavoura
de
café
aqui
.
Todo
mundo
veve
tranqüilo
,
né
?
Doc
2:
Ah
,
isso
é
bom
!
Porque
quem
num
tem
uma
casa
pa
botar
a
cabeça
,
né
?
Inf:
É
,
aí
é
...
é
comprica
,
né
?
Aí
é
ruim
!
Doc
2:
Humilhação
,
né
?
Inf:
Ah
.
Foi
muito
difícil
aqui
na
...
antigamente
eu
inda
conheci
,
morria
uma
pessoa
aqui
ou
doecia
tinha
que
levar
empacotado
num
animal
ou
então
levado
numa
...
numa
caixa
que
foi
passando
o
tempo
.
Hoje
num
farta
condução
pa
levar
e
trazer
.
Doc
2:
Por
que
não
tem
médico
aqui
,
né
?
Inf:
Não
.
Doc
2:
É
tudo
lá
em
Rio
de
Contas
?
Inf:
É
,
é
tudo
Rio
de
Conta
.
Rio
de
Conta
,
Livramento
.
Do
eceu
tem
que
ir
pra
cidade
,
né
?
Aqui
tem
um
posto
de
saúde
.
Já
serve
bem
,
mas
iguale
ao
médico
...
Doc
2:
Não
é
,
né
?
Inf:
Hoje
ninguém
quer
tomar
o
remédio
mais
sem
consulta
médica
porque
...
Doc
2:
Faz
medo
,
né
?
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Inf:
Faz
.
Doc
2:
Já
teve
caso
aqui
de
alguém
tá
tomano
o
remédio
assim
e
daqui
a
pouco
piorar
?
Inf:
Não
.
Porque
quando
ela
não
...
que
ela
...
o
caso
é
muito
compricado
que
ela
vê
que
não
entende
ela
,
ela
manda
ir
.
Doc
2:
Acontecer
alguma
coisa
com
a
vida
dos
outros
,
né
?
Inf:
Ah
,
procure
a
ela
p’ocê
vê
se
eu
num
era
sério
?
Doc
2:
Hem
?
[
risos
]
.
Sim
!
Eu
tava
perguntano
a
ele
se
ele
era
sério
,
se
ele
era
namorador
ou
se
ele
andava
direitinho
!
Ele
disse
que
sempre
...
Doc
1:
Foi
direitinho
.
Doc
2:
...
foi
direitinho
.
Porque
o
pai
dele
era
namorador
,
ele
num
gostava
!
[
risos
]
.
Ói
po
senhor
...
Inf:
Ela
disse
que
apóia
o
que
eu
falei
aí
,
cê
ouviu
?
Doc
2:
Tá
certo
.
[
pessoas
conversando
]
.
Inf:
Falar
verdade
,
né
?
Doc
2:
E
ali
tem
uma
igreja
,
né
?
igreja
.
Di
z
que
aquela
igreja
foi
construída
pelos
escravos
.
Inf:
É
,
agora
aquela
igreja
,
quem
resolve
essa
igreja
ali
é
ela
óh
.
Que
ela
...
Doc
2:
É
.
Inf:
Ela
sabe
mais
[
inint
]
.
Doc
2:
Tem
o
padre
de
lá
mora
aqui
?
Ou
é
também
de
outro
lugar
?
Inf:
Não
,
o
pad
...
O
padre
?
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Ah
,
esse
padre
eu
nem
dei
de
onde
é
esse
padre
.
Eu
sei
que
vem
,
celebra
essa
missa
aí
.
E
quase
toda
semana
ele
vem
aqui
,
mas
ele
...
que
eu
num
sei
de
onde
é
ele
não
.
Doc
2:
É
?
Inf:
É
.
Doc
2:
Agora
o
que
deixa
a
hente
impressionado
aqui
são
as
flores
!
Inf:
É
!
Doc
2:
Aqui
tem
muita
flor
bonita
!
É
o
povo
tudo
bonito
.
Inf:
É
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Num
é
?
É
o
que
deixa
a
gente
impressionada
.
Circ
1:
É
.
Doc
2:
O
ventinho
delicioso
,
o
clima
gostoso
.
Dá
vontade
de
ficar
.
Circ
1:
E
a
...
e
a
fia
parece
o
pai
ou
parece
a
mãe
?
[
risos
]
.
Acho
que
parece
o
pai
,
não
?
Doc
1:
É
misturado
.
Inf:
Mas
qual’é
que
ocê
pensa
que
é
B
.
aí
?
Doc
1:
É
a
de
cá
.
Circ
3
:
Eu
não
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Né
essa
não
?
Circ:
É
.
Inf:
É
essa
daqui
!
Doc
2:
Essa
parece
com
ele
.
Inf:
E
já
os
menino
homem
é
tudo
da
...
a
da
cor
dessa
da
véia
,
morena
.
Doc
2:
Óia
,
fez
bem
feito
os
filho
,
né
?
Inf:
É
.
Doc
1:
Tem
quantos
filhos
,
o
senhor
?
[
risos
]
.
O
senhor
teve
quantos
com
a
sua
esposa
?
Quantos
filhos
?
Inf:
Oi
?
Doc
1:
Foram
quantos
filhos
?
Inf:
Com
ela
?
Doc
1:
Sim
.
Só
é
com
ela
mesmo
!
Inf:
É
doze
.
Circ
1:
[
inint
]
mulher
e
homem
?
Do
ze
.
Doc
2:
Mah
tá
tudo
vivo
,
né
?
Circ
1:
Não
.
Inf:
Não
,
morreu
seis
.
Doc
2:
Foi
?
Circ
1:
Tem
seis
no
céu
e
seis
na
terra
.
Doc
2:
É
?
Inf:
É
.
Doc
2:
E
esses
que
morreram
foi
,
assim
,
novinho
,
assim
,
que
nasceu
ou
...
Inf:
Quer
vê
quantos
foi
?
Circ
1:
Foi
com
uns
onze
ano
,
uma
fia
de
dez
anos
.
Inf:
Um
de
dez
,
um
de
onze
,
outo
de
dez
,
de
nove
,
de
oito
,
de
sete
e
de
seis
.
Morreu
seis
.
Doc
2:
Por
quê
?
Inf:
De
hde
dois
ano
.
Doc
2:
Foi
de
que
assim
?
Circ
1:
De
ssa
tosse
braba
que
dá
no
mundo
.
Inf:
Já
ouviu
falar
numa
tosse
comprida
?
Doc
2:
Não
.
Inf:
É
.
Doc
2:
Eu
nunca
ouvi
falar
não
!
Inf:
Da
va
uma
tosse
que
a
criança
tossia
e
noite
e
dia
não
...
sem
parar
e
não
tinha
médico
nesse
tempo
...
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
1:
Poxa
!
Inf:
Era
dá
,
era
rápo
de
morrer
.
Doc
2:
De
via
ficar
com
falta
de
ar
,
né
não
?
Inf:
Sentia
farta
de
ar
e
febre
que
aquilo
era
uma
disgrama
que
não
...
é
o
jeito
que
tinha
era
morrer
mehmo
!
Doc
2:
Misericórdia
!
Inf:
Mas
...
Doc
2:
Por
aqui
tem
cobra
?
Inf:
Se
tem
cobra
?
Doc
2:
Ham
.
Inf:
Coisa
ruim
...
Doc
2:
Tem
não
?
[
risos
]
.
Inf:
Coisa
ruim
em
todo
lugar
que
procurar
tem
.
Não
tem
não
?
Doc
2:
Mah
cobra
tem
mehmo
?
Inf:
Tem
.
Doc
2:
E
é
::...
qual
é
o
tipo
de
cobra
que
tem
por
aqui
?
Inf:
Aqui
tem
cascavel
,
tem
jararaca
,
tem
coral
,
tem
....
Doc
2:
Tudo
isso
aí
é
venenoso
?
Inf:
Venenoso
.
Urutu
.
Cê
já
viu
urutu
,
falar
ne
urutu
?
Doc
2:
Urutu
?
Inf:
Ham
.
Doc
2:
Não
.
Inf:
É
,
pois
.
Doc
2:
Eu
nem
sei
o
que
é
urutu
!
Inf:
Urutu
tem
...
Circ
1:
Vai
tirar
lá
!
Inf:
Por
causo
que
no
Paraná
,
agora
aqui
nunca
...
nunca
ninguém
...
Tem
uma
cruz
na
testa
!
Doc
2:
Urutu
é
cobra
,
é
?
Inf:
Cobra
.
Doc
2:
Tem
uma
cruz
na
testa
?
Inf:
Isso
.
Ali
mordeu
,
se
num
morrer
{
aja
}
,
fica
alejado
!
Doc
2:
Vixe
!
Inf:
O
bicho
é
...
Doc
2:
Misericórdia
!
E
alguém
por
aqui
já
foi
mordido
de
cobra
?
Inf:
Já
!
Muita
gente
já
foi
.
Doc
2:
Como
foi
assim
?
A
cobra
,
ela
vem
aqui
mehmo
pra
...
Inf:
Não
.
Doc
2:
Pra
frente
das
casa
ou
com
é
?
Inf:
Não
.
A
pessoa
tá
no
campo
trabaiano
,
acontece
que
pisa
em
cima
.
Pisou
,
a
bicha
pega
,
né
?
Doc
2:
Vixe
Maria
!
E
aí
como
é
que
faz
?
Inf:
Mas
,
assim
,
no
mei
da
rua
pa
lhe
morder
ninguém
nunca
aconteceu
.
[
risos
]
.
Doc
2:
E
num
tem
,
né
?
Inf:
Não
.
Doc
2:
É
...
e
quando
é
mordido
faz
o
quê
?
Vai
pra
...
pa
lá
pa
Livrameneto
,
é
?
Inf:
Vai
pra
Livramento
pa
Rio
de
Contas
,
mas
...
Circ
1:
Mas
pa
ser
atendido
tem
que
levar
a
cobra
mehmo
.
Inf:
Tem
que
matar
e
levar
pra
mode
ver
porque
se
der
o
remédio
contra
morre
na
hora
.
Doc
2:
Se
demorar
também
morre
,
né
?
Inf:
Morre
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
1:
Misericórdia
!
Inf:
Agora
tem
um
remédio
bom
pa
...
pa
pessoa
mordido
de
cobra
!
Se
de
barriga
até
vazar
pu’zói
.
[
risos
]
.
Doc
2:
Afe
Mar
...
Inf:
[
risos
]
[
inint
]
...
não
morre
não
!
[
risos
]
.
Doc
2:
Se
eles
ficar
cheio
e
se
embebedar
?
Inf:
É
,
se
ficar
...
Doc
2:
Se
beber
muita
cachaça
?
Inf:
Se
be
...
se
ficar
bêbado
num
morre
não
,
agora
se
...
se
não
,
não
acontecer
que
beber
até
esperar
um
remédio
bom
...
Doc
1:
Aí
diz
que
o
barro
suga
o
veneno
,
é
?
E
a
pessoa
num
morre
?
Inf:
É
.
É
.
E
eu
já
vi
falar
.
Agora
no
Mato
Grosso
do
Sul
,
lá
é
muito
chei
de
cobra
braba
.
Quando
acontece
de
morder
,
um
cascavel
morder
uma
pessoa
,
eles
conzinha
o
ovo
e
tira
aquela
crara
e
tem
aquela
gema
dento
,
né
?
Doc
2:
É
Inf:
É
a
crara
.
Agora
pega
e
põe
em
cima
aquela
crara
de
ovo
e
marra
um
pano
e
aperta
.
Com
vinte
e
quato
hora
tira
,
aquele
ovo
tá
da
cor
de
um
...
dessa
...
Doc
2:
Da
cadeira
,
é
?
Inf:
Não
.
De
ssa
brusa
sua
aí
ói
.
Doc
2:
Ixe
!
Inf:
Fica
pretim
.
Circ
1:
Preto
,
preto
!
Doc
1:
Veneno
.
Circ
1:
Isso
aí
é
cinzento
.
Inf:
Ele
fica
pretinhe
.
Doc
2:
Então
fica
da
cor
da
bermuda
dela
!
Inf:
É
,
ieu
ia
falar
,
mas
eu
trapaiei
no
nome
!
[
risos
]
.
Pois
é
...
Doc
2:
Preta
preta
!
Inf:
Di
z
que
lá
,
lá
é
assim
porque
a
...
acontece
,
acontece
que
a
...
que
dá
tempo
,
ponhano
dá
tempo
,
esperar
p’amanhã
,
né
?
É
.
Vai
sair
.
[
inint
]
.
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
1:
E
encheu
um
lado
aqui
,
mas
eu
não
sei
...
Doc
2:
O
senhor
falou
de
cobra
,
né
?
É
um
bicho
ruim
.
Inf:
É
!
Doc
1:
Mas
assim
de
bicho
de
porco
?
Inf:
Porco
sim
{
mias
}
.
Já
.
Mas
essas
coisa
hoje
,
num
ta
pagano
mais
a
...
o
,
a
...
o
tempo
da
pessoa
envolver
não
,
né
?
Inf:
Hoje
não
,
essas
coisa
o
povo
tá
deixano
tudo
de
...
O
ideal
aqui
é
lavoura
de
café
!
Doc
2:
Com’é
que
o
senhor
faz
aí
com
o
café
pa
chegar
no
...
no
pozinho
.
De
sse
que
a
hente
vai
lá
pó
supermercado
e
compra
?
Inf:
Ué
!
Aquilo
ali
é
...
é
prantar
...
Doc
2:
Tem
o
tempo
,
né
?
Inf:
Tem
os
tempo
certo
.
Tem
que
fazer
as
muda
,
prantar
e
zelar
,
ponhar
adubo
,
colher
,
secar
e
levar
da
máquina
lá
e
beneficiar
e
vender
.
Doc
1:
E
em
quanto
tempo
é
que
[
inint
]
?
Inf:
Maio
até
o
mês
de
outubro
é
a
época
certa
da
colheita
.
Doc
2:
Até
outubro
,
né
?
Inf:
É
.
Doc
2:
Colhe
e
bota
pa
secar
?
Inf:
É
.
Doc
2:
Aí
fica
quanto
tempo
assim
pa
secar
?
Inf:
Fica
até
[
inint
]
.
Doc
2:
É
?
Inf:
É
.
Doc
2:
Por
que
se
tivesse
aquele
sol
bem
quente
,
né
?
Inf:
Ah
,
era
ligeiro
,
né
?
No
Livramento
com
dois
dia
seca
.
[
risos
]
.
Doc
2:
É
?
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Inf:
Em
cima
de
uma
laje
de
cimento
,
no
sol
de
quarenta
grau
...
Doc
2:
É
.
Inf:
Aí
seca
rápido
.
Doc
2:
Lá
é
bem
quente
,
né
?
Livramento
!
Inf:
É
,
Livramento
é
.
Doc
2:
Nós
passamos
assim
rapidamente
por
ali
...
Inf:
É
.
Doc
2:
Não
deu
pa
conhecer
assim
não
.
Inf:
Brumado
ainda
é
mais
quente
que
o
Livramento
!
Doc
2:
Misericórdia
!
Inf:
Cês
passou
lá
,
né
?
Doc
2:
Foi
.
Inf:
É
.
Brumado
tá
...
tirou
em
primeiro
lugar
aqui
na
Bahia
.
Doc
2:
Então
dessa
...
todas
essas
cidadezinhas
aqui
pertinho
,
a
mais
friazinha
é
essa
,
né
?
Inf:
Aqui
é
.
Doc
2:
Na
comunidade
aqui
...
Inf:
O
lugar
mais
frio
é
esse
nosso
aqui
.
Doc
2:
Também
é
o
mais
bonito
,
né
?
Inf:
Oi
?
Doc
2:
É
o
mais
bonito
,
né
?
Inf:
É
,
porque
de
Rio
de
Contas
pra
cá
é
o
lugazinho
mah
mió
mesmo
que
tem
aqui
é
esse
nosso
,
né
?
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
.
Doc
2:
É
,
com
certeza
!
Inf:
É
,
isso
aqui
é
bonito
é
mês
de
setembro
na
fes
...
porque
tem
a
festa
do
padroeiro
Santo
Antônio
[
inint
]
.
Aqui
já
tem
a
base
de
umas
duas
mile
pessoas
.
Doc
2:
Du
as
mil
?
Inf:
Tem
,
é
.
Agora
com
o
pessoal
de
fora
que
vem
aí
umas
quinhent
...
quinhenta
a
mais
,
né
?
Doc
2:
Venha
cá
!
E
se
a
gente
...
se
a
gente
num
fosse
viajar
hoje
,
tivesse
que
dormir
aqui
na
cidade
,
tem
assim
pensão
?
Inf:
Não
.
Doc
2:
Não
tem
não
?
Inf:
Só
ainda
não
.
Di
sso
tem
muitas
coisa
que
precisa
ter
aqui
que
não
tem
.
Doc
2:
Hum
.
Inf:
Olha
,
aqui
precisava
telefone
,
mas
já
tem
!
Doc
2:
Já
tem
telefone
,
né
?
Inf:
Tem
.
Aqui
precisava
ter
uma
prisão
muito
bem
feita
pa
prender
pau
d’água
.
Cê
sabe
o
que
é
pau
d’água
?
Doc
2:
É
quem
bebe
muito
,
né
?
Inf:
Bebe
demais
.
[
risos
]
.
Doc
2:
É
.
Inf:
Inda
não
tem
!
É
...
(
pausa
)
[
barulho
de
pessoas
conversando
]
mas
...
mas
isso
tudo
vai
criar
.
Podia
ter
uma
polícia
aqui
,
morano
aqui
,
que
tem
hora
que
tem
precisão
de
ter
,
mas
vai
criar
!
Doc
2:
Vai
?
Inf:
Muita
coisa
aqui
,
né
?
Doc
2:
Não
,
é
sério
?
Aqui
num
tem
na
...
a
polícia
num
tem
aqui
não
,
é
?
Inf:
Tem
nada
!
Doc
2:
Óia
!
Inf:
Mas
se
tiver
precisano
é
só
chegar
no
telefone
aí
que
...
que
meia
hora
tá
tudo
aí
.
Doc
2:
E
eles
tão
onde
?
Lá
em
Rio
de
Contas
,
é
?
Inf:
É
,
tá
lá
!
Doc
2:
É
mehmo
?
Inf:
Lá
em
Rio
de
Contas
.
(
Pausa
)
Doc
2:
É
!
O
povo
aqui
não
briga
por
nada
assim
,
né
?
Só
quando
bebe
,
né
?
Inf:
Não
.
Aqui
a
...
ocê
sabe
aí
depois
que
o
pessoal
pegou
estudar
e
...
e
...
ocê
sabe
,
estudo
traz
tudo
de
bom
,
né
?
Pegou
estudar
,
a
ignorância
foi
acabano
e
hoje
o
povo
tá
tudo
bem
compreendido
,
né
?
Doc
2:
E
o
senhor
assiste
televisão
?
Já
assistiu
alguma
coisa
assim
?
Inf:
Se
eu
já
assisti
?
Doc
2:
Ham
!
Televisão
?
Inf:
É
meu
serviço
aí
,
tem
uma
aí
que
é
...
é
meu
emprego
às
tarde
e
às
noite
!
Doc
2:
O
senhor
gosta
de
assistir
o
que
,
assim
?
Inf:
Eu
?
Doc
2:
É
.
Inf:
Eu
gosto
maih
de
assistir
é
a
missa
,
o
jogo
e
...
Doc
2:
Novela
,
assiste
?
Inf:
Não
.
Doc
2:
Agora
o
jornal
,
ele
...
Inf:
Você
gosta
de
Ratinho
?
Doc
2:
Ratinho
?
Ratinho
é
meio
maluco
,
né
?
[
risos
]
.
Inf:
É
.
Doc
2:
O
senhor
acha
certo
aquele
negoço
que
ele
faz
,
aquele
pau
lá
bateno
nas
pessoa
?
Inf:
É
,
com
aquilo
,
eu
num
acredito
muito
naquilo
não
!
Aquilo
é
papo
!
Doc
2:
É
parece
que
...
Inf:
É
que
...
Doc
2:
Parece
que
eles
armam
ali
,
né
?
Inf:
É
.
Aquilo
é
...
eu
não
acredito
muito
naquilo
que
ele
promete
não
.
Doc
2:
Tem
horas
que
ele
pega
as
coisa
,
arrebenta
tudo
,
né
?
Inf:
Tudo
.
Novela
,
novela
eu
num
gosto
de
novela
que
minha
menina
senta
aí
[
inint
]
mais
eu
.
Tem
parte
que
eu
sinto
vergonha
de
ficar
ali
junto
com
ela
,
né
?
Porque
tem
,
num
tem
?
Doc
2:
Tem
.
[
risos
]
.
E
o
senhor
acha
certo
botar
essas
coisa
na
televisão
?
Inf:
Se
eu
acho
certo
?
Doc
2:
Sim
.
Inf:
Acho
não
.
Doc
2:
Num
acha
não
que
a
...
Inf:
E
eu
se
ieu
,
se
dependesse
de
mim
,
ieu
acabava
com
ah
novela
tudo
.
Doc
2:
Que
dá
mau
exemplo
,
né
?
Inf:
É
,
e
ocê
?
Doc
2:
Eu
acho
que
também
,
viu
!
Dá
mau
exemplo
viu
!
Inf
:
É
.